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Foto do escritorSeixas Filho

"A tentação do prego"


Essa eu ouvi de Dom José Mário Angonese, na novena a Nossa Senhora Aparecida, em Pinhais...

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Na eucaristia da Novena, Dom José Mario, falando sobre a "missionariedade" dos cristãos, dada a cada um pelo batismo, e, do dever que temos de nos engajarmos com alegria e desprendimento no grande projeto da igreja, de fazer chegar a "palavra" a todas as pessoas, contou-nos essa pequena fábula:

Numa paróquia muito arrumadinha, a igreja, recém reformada e muito bonita, apresentava aos que a visitavam ou, aos paroquianos uma imagem de muito zêlo e cuidado com as coisas.

Todos que entravam alí ficavam encantados com tanta beleza e formosura e não poupavam elogios a todas as coisas:

- Que bela cruz;

- Que belos vitrais;

- Que lindo altar;

- Que iluminação;

- Que belos tapetes e que belos arranjos de flores;

- Que pintura maravilhosa, que tinta;

- Que mármores estupendos, e que piso;

- Oh, que bela capela...

E assim, iam tecendo os mais elogiosos comentários sobre tudo que alí existia e de tudo que haviam feito, não esquecendo de enaltecer os autores de tamanha "obra": os pedreiros, os pintores, o eletricista, o carpinteiro, o jardineiro, a "governança" do local, os paroquianos, etc.

Ocorre que, lá no telhado, acima do teto da igreja estava o "prego". Um pequeno prego, fixado, ignorado por todos e que olhava e ouvia atento todos aqueles comentários sobre tudo na igreja.

Mas, ninguém falava do prego.

O prego ficou aborrecido e extremamente magoado, e pensou: "Ninguém me nota; ninguém fala de mim, dá importância ou vê o que eu faço...". E resolveu se soltar.

Naquele dia o prego, ressentido, se soltou e caiu.

Ocorre que, ao se soltar, o prego deixou a viga a quem sustentava, e a telha que estava presa nele ficou solta.

À noite, o tempo virou e uma chuva, acompanhada de fortes ventos fez a telha se mover. A água da chuva desceu pelo teto e pelas paredes, fez a tinta desbotar e manchar tudo; encharcou os belos tapetes e a Bíblia e alagou tudo.

E porquê? - Tudo isso porque o prego achou que não era iumportante.

Moral da história:

Muitas vezes nós achamos que não somos importantes na igreja, na paróquia, porque ninguem nota aquilo que fazemos; ninguém nos elogia ou nos requisita para as coisas importantes; ninguém nos dá importância. No entanto, nosso pífio trabalho ajuda na construção do projeto de Deus de fazer chegar a palavra a todos os irmãos.

Dom José Mário Angonese, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba

Dom José Mário Angonese é Bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba e responsável pelo setor que inclui a cidade de Pinhais.

Por Masseif

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