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Jorge Soley (Tradução Masseif)

A quem pertencem nossos filhos? A nós ou ao "Estado"?


A quem pertencem nossos filhos?Anós ou ao Estado?

“ O "Estado" se arroga de proprietário de nossos filhos e nos diz que critérios morais devemos ensinar a eles”

Creio que ainda são maioria os que em nosso país responderiam sem duvidar que os filhos são de seus pais e não da estrutura político-administrativa que conhecemos pelo nome de Estado. Porém, provavelmente são maioria também os que não têm consciência dos ataques que está sofrendo esta importante questão.

Sem ir muito longe, o recente reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo é como um míssil na linha d’água de uma das bases sobre as quais uma sociedade livre e decente se fundamenta.

É precisamente isso que acaba de denunciar Melissa Moschella, professora da Catholic University of America, a propósito da “sentença Obergefell” do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, que abre as portas para o matrimônio de pessoas do mesmo sexo. Onde está o problema? Qual é a relação entre uma coisa e outra?.

Tal como argumenta Moschella, a “sentença Obergefell” significa que o Supremo Tribunal e o estado não reconhecem o matrimônio como uma instituição pré-política, mas como uma instituiçãoque depende daquilo que o Estado define.

Consequentemente, os traços e características derivados do matrimônio já não são os próprios e naturais e não condicionados pela vontade do Estado, senão e tão somente o que o Estado decida a cada momento: ao transformar o matrimônio em algo moldável, segundo os desejos do Estado, tudo aquilo que deriva do matrimônio é também automaticamente moldável e o Estado já não tem nenhum limite para impor as suas vontades.

Nas palavras de Moschella, “o conceito de casamento como uma mera criação do estado, que o pode redefinir ao seu gosto, vai de mãos dadas com a idéia de que as crianças pertencem primeiramente ao Estado, que em seguida delega (limitadamente) a autoridade de criá-las a quem quer que o Estado defina como pais das crianças”.

"CADA VEZ MAIS, EM MUITOS PAÍSES, O ESTADO PROMOVE NAS ESCOLAS O DOUTRINAMENTO DAS CRIANÇAS NA IDEOLOGIA DE GÊNERO"

Não estamos diante de uma questão meramente especulativa. O Estado, cada vez mais, em países ocidentais, tem decidido promover nas escolas o doutrinamento das crianças na chamada ideologia de gênero.

Sua idéia de “igualdade” implica que se ensine às crianças que, todos os tipos de família são igualmente bons e, em consequência, introduzem conteúdos e atividades destinadas a incutir esta ideologia independentemente de os pais concordarem ou não com essa ideologia do estado.

Nos estados da Califórnia, Nova Jersey e no distrito de Columbia, por exemplo, foi declarado ilegal dar conselhos (por psicólogos, professores, etc), para um jovem que tenha dúvidas sobre a sua sexualidade, se não for apresentada a ele a homossexualidade como a melhor opção.

Pelo contrário, é cada vez mais comum que os psicólogos escolares ponham o adolescente com esse tipo de dúvida em contato com organizações homossexuais, sem o consentimento e, na maioria das vezes, sem o conhecimento dos pais da criança.

Os pais tornaram-se meros delegados do Estado, a quem é dado cumprir rigorosamente o que o Estado define como a ideologia oficial; em caso de litígio, não têm nenhum direito de confrontar-se com o que o estado ordena e a autoridade sobre seus filhos lhes deve ser retirada. Esse comportamento “intrusivo” já é defendido pública e abertamente.

A escritora e jornalista Melissa Harris-Perry, declarou abertamente na rede de televisão MSNBC que “devemos romper com a idéia de que as crianças pertencem aos pais ou às suas famílias e, reconhecer que as crianças pertencem a toda a comunidade”.

O mesmo argumento eestá contido no documento em defesa do casamento de pessoas do mesmo sexo que se fez chegar ao Supremo Tribunal dos EUA. É também o ponto de vista de outros teóricos como o da presidente da Universidade da Pensilvânia, Amy Gutmann ou o do professor de Princeton, Sthefen Macedo, que argumentam que o Estado pode e deve exigir que as crianças sejam doutrinadas nos valores e estilo de vida contrários aos de seus pais e que se deve impor o que eles chamam de “Educação na Diversidade” em todas as escolas, mesmo nos casos em que os pais apresentem objeções religiosas ou morais a esses conteúdos.

NO CANADÁ SE APROVOU UMA LEI QUE OBRIGA AS ESCOLAS A PERMITIREM CLUBES ESTUDANTÍS QUE DEFENDAM O HOMOSSEXUALISMO.

E, novamente, isto não é uma mera especulação: em Alberta, Canadá, foi aprovada recentemente uma lei que proíbe que os pais tirem seus filhos da sala de aula em que se explica a homossexualidade e que, obriga a absolutamente todas as escolas a permitir clubes estudantís que defendam o homossexualismo.

É impossível não escutar aqui, os ecos da República de Platão, ou ou melhor ainda, a concepção de que a família é totalitária, concepção que nega que os pais possuam uma autoridade primária e pré-política sobre a educação de seus filhos.

Tantos esses regimes totalitários como os atuais defensores do homossexualismo sabiam e sabem que o modo mais eficaz de incutir uma ideologia de estado nas mentes das pessoas é educar uma geração inteira nesta ideologia desde a infância e, minimizar ao máximo (e eliminar se possível) as influências opostas que possam ocorrer no seio da família.

Ao considerar o casamento e a família como meras construções do Estado, negando que seja uma instituição natural e anterior a este, a aprovação do casamento homossexual também consagra uma visão estatizada da educação dos filhos.

A visão da família como uma comunidade natural e pré-política e que, consequentemente, não deve sofrer influências externas (exceto nos casos claros de abuso ou negligência) é um dos freios mais fortes a essa vontade expansiva do Estado, um freio que, não por acaso, está sendo atacado em nossas sociedades odidentais de forma agressiva.

Nos disseram que redefinir o matrimônio, para que não fosse mais que um nome, que inclua qualquer coisa que o Estado deseje, era um gesto de generosidade e que não traria maiores consequências. Era mentira!

As organizações dedicadas às adoções tem sido as primeiras a experimentá-las. Agora, somos todos os pais que descobrimos que o estado se declara proprietário de nossos filhos e nos diz que critérios morais lhes devemos incutir.

Bem-vindos ao novo “Totalitarismo Soft”.

Jorge Soley (Presidente da Dignity Watch; Vice-Presidente da Fundação Burke e patrono da Fundação Pró-Vida da Catlunha; é casado e pai de seis filhos; publicou “A história dos Estados Unidos como jamais te contaram – Editora Stella Maris)


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